Sou uma pessoa abençoada. O que me faz ter essa certeza é a forma particular como Deus me ensina as lições mais preciosas de que preciso através de pessoas que eu jamais imaginaria conhecer.
Vivi algo assim essa semana. Mamãe tava dodói. Precisamos passar uma tarde inteira no hospital. (Esse é um lugar que, por sua finalidade, é carregado das mais variadas histórias de vida).
Dois casos, em particular, chamaram minha atenção. Um, foi o Felipe – um moço super simpático, da minha idade, que teve paralisia cerebral quando bebê. Alegre, brincalhão, adora cantar (é dos meus... hehe).
Ao ver a alegria do Felipe e sua forma de encarar a vida – apesar de todas as suas limitações – fizeram-me rever alguns dos meus conceitos sobre diferentes aspectos da minha vida. (Como, por exemplo, quando fico irritada ao pegar um ônibus ‘lotado’ ou quando estou ‘morta’ de preguiça e preciso acordar cedo para ir trabalhar). Agradeci a Deus por poder viver isso diariamente!
Outro, foi o de um senhor de 87 anos – seu Eliosvaldo, eu acho. Outro bebê... hehe. Simpaticíssimo, alegre, brincalhão, ‘bom de boca’, conversador... um exemplo de vitalidade.
Mas seu Eliosvaldo carrega consigo um grande pesar – pelo menos para mim, na mesma situação, seria um pesar! Ele conta, hoje em dia, com a ajuda apenas de uma jovem de uns 30 anos e suas duas filhas que, num ato de abnegação, vivem exclusivamente para cuidar de seu Eliosvaldo e de seu filho – um homem de 50 anos que também teve paralisia cerebral, ou seja, outro bebê! Sua esposa faleceu há dois anos, e ele sabe contar tudo, nos mínimos detalhes.
Agradeci a Deus por todos os membros da minha (grande) família e não me imaginei sem nenhum deles (nem mesmo sem aqueles sobrinhos ‘pentelhos’ que me atentam que só... hihi).
Sem sombra de dúvidas, ela (que continuou para mim no anonimato) é um anjo que Deus colocou na vida desse senhor. Cheguei a essa conclusão: ele pode não ter uma família, mas tem bem mais que isso, tem um anjo!
Acho que, de vez em quando, precisamos saber que têm pessoas em sofrimentos maiores que os nossos.
Saí do hospital uma outra pessoa.
Dias cheinhos de saudade da minha pituquinha, Maria Eduarda, que tá viajando.
Dias abençoados a todos.
Carolzinha Andrade.